As concepções sobre natureza da ciência, por vezes, são deformadas e distorcidas devido a um modelo de ensino tradicionalista, centrado na transmissão e recepção de conceitos. Entre estas concepções distorcidas se apresenta a ideia de cientista como um indivíduo acima da sociedade, com conhecimento suficiente para trazer benefícios com suas descobertas e experimentos fantásticos. A fim de analisar se há alterações nas concepções dos estudantes ao longo da educação básica, comparamos as visões de alunos do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio acerca de quem é o cientista, utilizando a análise do discurso do sujeito coletivo. Observamos que mesmo com o passar dos anos, mantém-se semelhantes concepções entre os grupos de estudantes, demonstrando características estereotipadas conduzidas por visões deformadas da ciência. Neste sentido, ambos restringem a atividade dos cientistas a um local de trabalho e como uma ação solitária, avaliando-a positivamente, uma vez que a associam ao progresso da sociedade.