Ainda no século XXI existem cerca de 3,6 milhões de crianças fora da escola, são pessoas que, logo no início da vida, têm sua chance de ser um cidadão ativo na sociedade negadas pela própria entidade que deveria servir-lhes de apoio para o pleno exercício da cidadania. Percebe-se claramente que o ambiente escolar, além de ser excludente com certas crianças, não está sendo um construtor do saber efetivo em seus alunos, uma vez que os conhecimentos básicos como a leitura e a escrita ainda estão bastante defasados, consequentemente, o número de repetência e evasão escolar é absurdamente elevado já nos anos iniciais do ensino fundamental. Objetivamos, por meio do presente trabalho, discutir os problemas de deserção escolar, buscando uma forma de diminuir o número de crianças que abandonam a escola por meio de um trabalho intercultural em sala de aula, que promova um contato entre os alunos e o meio escolar de maneira igualitária. Uma vez que fazemos parte de uma sociedade multicultural, cabe ao educador, e ao sistema escolar em um âmbito geral, desenvolver práticas de ensino que observem e valorizem todas as culturas e povos que constituem a sociedade, sem discriminações ou exclusões de qualquer espécie. Os casos de evasão e repetência escolar, que persistem em permanecer elevados no ensino brasileiro, revelam a exclusão a que estão sendo sujeitas crianças advindas das classes sociais menos privilegiadas do país, cabe, pois, à escola adequar sua prática ao combate dessas desigualdades.