A produção e o consumo de alimentos industrializados tornaram-se marcas que definem nossa contemporaneidade. Apesar de o Brasil ser um dos maiores produtores de frutas e hortaliças do mundo os brasileiros não possuem o hábito de comer vegetais diariamente e consumem cada vez mais alimentos produzidos industrialmente (ultra processados). A população infanto-juvenil é a que mais sofre com esse tipo de consumo e tende a perder o contato com alimentos in natura e com pratos da culinária brasileira A alimentação deve ser uma prática social resultante da integração das dimensões biológica, sociocultural, ambiental e econômica. na efetivação de uma Educação Alimentar e Nutricional. O trabalho objetivou resgatar elementos históricos, culturais que permeiam a alimentação do brasileiro, além aprofundar o debate em torno dos hábitos alimentares contemporâneos e suas implicações, tais como o hiperconsumismo de junk food e as doenças degenerativas advindas de uma alimentação deficitária. Trabalhamos com três grupos abertos de alunos entre 9 a 13 anos de uma escola pública. A educação problematizadora, ativa, não formal serviu para subsidiar oficinas de rodas de conversa, atividades lúdicas, oficinas culinárias, apresentações e discussão de animações que abordam a alimentação. O trabalho mostra que a EAN é um dos caminhos existentes para a promoção da saúde e para a reflexão sobre o comportamento alimentar. É possível desenvolver junto aos estudantes uma resistência frente a imposições alimentícias contemporâneas, ao valorizar concretamente e simbolicamente a cultura alimentar de seu país e a consolidação de suas práticas.