O contexto atual brasileiro, que impulsiona cada vez mais os adultos ao mercado de trabalho, seja ele formal ou informal, distanciando-os de usufruir de tempo de qualidade dentro de uma rotina domiciliar e familiar faz com que a educação de crianças e adolescentes esteja cada vez mais dependente da instituição escolar, visto que o tempo dos cuidadores familiares junto àqueles que necessitam de cuidado vem sendo solapado pelas obrigações trabalhistas, sobretudo nas grandes cidades onde, à jornada diária de trabalho, soma-se o tempo, frequentemente longo, gasto no deslocamento. Com isso, não apenas a instrução formal, mas também a educação ética e moral de crianças e adolescentes vem sendo progressivamente deixada a cargo das escolas, sobretudo das escolas públicas, cujos estudantes, muitas vezes, são oriundos de famílias quem vivem em condições precarizadas e não contam com larga rede de apoio. Neste cenário, vemos as demandas das escolas públicas sendo sempre mais alargadas, tendo, o estado do Ceará passado a contar, já há alguns anos, com psicólogos e assistentes sociais vinculados à Secretaria de Educação a fim de subsidiar o trabalho de professores e gestão escolar junto aos estudantes e suas famílias. O presente trabalho visa, à luz do materialismo histórico dialético, apresentar as principais políticas públicas de impacto familiar que incidem atualmente sobre o estudante cearense da rede pública estadual de ensino, abordando suas limitações e potencialidades.