A proposta do projeto se inicia pela compreensão das relações entre educação e cultura nas sociedades multiculturais. Evidencia-se uma sociedade multicultural que não enfatiza a igualdade de oportunidade para muitos, principalmente entre grupos dos povos originários, negros, homossexuais, pessoas oriundas de determinadas regiões geográficas do país, de classes populares, e/ou com baixos níveis de escolarização e pessoas com deficiências, ou seja, aqueles que vivem marginalizados dentro do sistema. O projeto foca no reconhecimento das diferenças enquanto direito do sujeito histórico, para garantir a expressão de suas identidades culturais presentes num determinado contexto sócio-histórico-geográfico, com base no estudo da intercultura, promovendo uma educação para o diverso e o Outro. Como estímulo principal usou-se a música “Ninguém é igual a ninguém”, do compositor Milton Karam e a leitura dos HQs da Turma da Mônica – Juntos e Misturados e Somos todos cidadãos. Além de um conjunto de práticas que discutiram a origem e formação cultural do Brasil, a tomada de consciência da construção da nossa própria identidade cultural e o paulatino rompimento dos estereótipos e das ambiguidades na contemporaneidade. Essa práxis foi desenvolvida na disciplina geográfica para alunos do Ensino Fundamental II, da Escola Estadual Professor Francisco Brant – Belo Horizonte - MG, Brasil, conciliando as áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens e suas Tecnologias, com a finalidade de promover diálogos para a diminuição da indiferença e preconceitos no dia-a-dia. As atividades lúdicas propiciaram reflexões que foram associadas à arte na perspectiva sociocultural, desconstruindo visões equivocadas, segregacionistas e neocolonialistas, e criando outras igualitárias e decoloniais no coletivo.