A Inteligência Emocional é um conceito em evolução na literatura científica, frequentemente definida a partir de quatro componentes: percepção emocional, organização cognitiva, conhecimento emocional e gerenciamento emocional. Essa concepção pode ser relacionada com diversas variáveis do desenvolvimento humano, incluindo empatia e agressividade. A empatia, definida como estrutura taxonômica, é composta pelos elementos: tomada de perspectiva, consideração empática, fantasia e angústia pessoal. Estudos evidenciam que a empatia está relacionada a níveis baixos de agressão e de comportamento antissocial. A presente pesquisa teve como objetivo analisar a percepção de mães de crianças em idade escolar sobre possíveis mudanças nos comportamentos agressivos e nos níveis de empatia de seus filhos após participarem do programa de desenvolvimento socioemocional LIV (Laboratório Inteligência de Vida). Através de um estudo comparativo, com análises realizadas com um intervalo de três meses entre as medidas, foram empregadas duas escalas: o Questionário de Agressão de Buss e Perry (BPAQ) e a Escala Multidimensional de Reatividade Interpessoal para Mães (EMRIM). As mães também responderam a uma pergunta aberta para avaliarem a eficácia do programa LIV. A pesquisa contou com 13 mães de crianças com idade entre cinco e nove anos. Com relação a análise comparativa dos níveis de empatia e agressividade nas duas avaliações, os resultados indicaram redução estatisticamente significativa nos níveis de hostilidade, além de um aumento na tomada de perspectiva, ainda que sem significância estatística. Nas respostas à pergunta aberta, as mães apontaram para uma melhora qualitativa em comportamentos dos seus filhos relacionados a empatia. De maneira geral, os achados sugerem que as mudanças comportamentais na agressividade estão relacionadas ao desenvolvimento de habilidades empáticas e destacam a eficácia das intervenções socioemocionais em crianças.