A educação para as relações étnico-raciais na escola é um fato legal, mas parece ainda não ser legítimo diante da totalidade dos componentes que constituem o atual currículo da Educação Básica. De forma ampliada, discutir essa temática permite a transversalidade dos conhecimentos, a construção de novas dinâmicas na sala de aula e a constituição dos saberes escolares para além das dimensões voltadas exclusivamente às Ciências Humanas e Aplicadas. Nesse sentido, busca-se como objetivo explorar uma proposta pedagógica fundamentada em projeto de aprendizagem para trabalhar a Lei n. 10.639/03 através da interdisciplinaridade entre a musicalidade da Capoeira Angola e a Educação Ambiental, em uma tentativa de inovação e aproximação pedagógica dos componentes curriculares Educação Física e Biologia, ao mesmo tempo em que procura auxiliar no combate ao racismo e na promoção de uma reflexão sobre o respeito às diferenças e da ética ambiental no contexto escolar. Através de uma abordagem teórica e propositiva, em um estudo de revisão qualitativo e exploratório, são relacionados temas cantados pelos antigos mestres de Capoeira com a temática da Educação Ambiental, explicitando tanto um elemento da cultura afro-brasileira aos alunos quanto a necessidade de um redimensionamento nas práticas e na formação pedagógica dos professores das áreas envolvidas. Com essa proposta de aprendizagem, há uma tentativa de estabelecer diálogos transversais e interdisciplinares no Ensino Médio tendo como base pedagógica as questões ambientais sob a ótica das contribuições históricas, sociais e culturais relacionadas à cultura negra no Brasil