O/a estudante com Transtorno do Espectro Autista – TEA, possui características particulares e variadas que interferem no modo como sua aprendizagem acontece. Esta diversidade convoca responsáveis, profissionais e instituições a revisitarem suas compreensões, posturas e práticas pedagógicas para que o/a estudante em questão possa, a partir de sua singularidade, constituir-se como sujeito que aprende, comunica, interage e ocupa seu lugar no mundo. Nesse sentido, o presente trabalho busca compreender como se dá a aprendizagem do conceito de número em estudantes com TEA nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Tal compreensão se deu a partir da revisão de literatura entre 2018 a 2023 em diálogo com a Teoria dos Registros de Representação Semiótica (TRRS) de Duval (2007, 2009, 2013) e nas contribuições de Orrú (2017, 2021, 2024). De acordo com Duval, a aprendizagem de conceitos matemáticos acontece a partir da capacidade do sujeito em transitar entre diferentes registros semióticos. Isso acontece quando, ao estudante, é proporcionada uma discussão sobre a natureza e necessidade de transição entre esses registros. Especificamente, para estudantes com TEA, Orrú (2024) afirma que o cerne do processo de aprendizagem não se limita ao professor ou ao aluno de forma isolada, mas sim às relações sociais estabelecidas entre eles, envolvendo também outros grupos da comunidade escolar. Reconhecer que o indivíduo com autismo é um aprendiz, fundamentalmente transforma a abordagem de orientação do seu processo de aprendizagem. A revisão de literatura nos mostrou que entender o aluno com TEA e seu nível de suporte é crucial para iniciar uma relação dialógica rica, permitindo a troca de sentidos e significados, respeitando sua subjetividade e singularidade ao longo do percurso educacional. Para isso, a TRRS nos parece relevante para entender como esses sentidos e significados são negociados nos diferentes tipos de registros semióticos. Palavras-chave: Aprendizagem, Estudantes, TEA, Anos iniciais.