A busca por entender e se localizar dentro Estudos da Deficiência, sua gênese e suas práticas, chama a uma reflexão que ganha espaço nos debates sobre a inclusão na área da educação, dado o direito de toda pessoa com deficiência ter acesso à educação e à escola integral, como define a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) de 2015. Os Estudos da Deficiência propõem um novo modo de observar e analisar a deficiência com foco no modelo social da deficiência, e não apenas como tragédia pessoal tal como propõe o modelo médico da deficiência, generalizado socialmente. Levando em conta que a pessoa autista é entendida legalmente no estado brasileiro como pessoa com deficiência, e considerando as ideias de inclusão e acesso à educação universal, que são os objetivos das leis sobre inclusão no Brasil, surge um questionamento que é base para este trabalho: como se dá o ingresso, permanência e participação de pessoas autistas no Ensino Superior? Para tanto, buscamos situar nesse contexto as nuances que permeiam a vida da pessoa autista no ensino superior. Em um primeiro momento, estabelecemos os principais marcos da da educação inclusiva, seguido de um aprofundamento específico em pesquisas que versam sobre o tema “estudantes autistas no ensino superior” e finalizamos propondo uma reflexão acerca da participação efetiva das pessoas autistas nos espaços acadêmicos. De antemão, a escassez de pesquisas que abordam o autismo no ensino superior e a falta de escuta a sujeitos dentro das universidades são elementos constatados e apresentados neste trabalho.