O estudo está ancorado nas insurgências do paradigma decolonial, elaborado pelo Grupo Modernidade/Colonialidade latino-americano (GM/C), iniciado em 1998. A proposta dos intelectuais do grupo é superar os três pilares da colonialidade: a do poder a do saber e a do ser (BALLESTRIN, 2013). No Brasil existem diversos estudos sobre relações étnico-raciais que se fundamentam, simultaneamente, tanto no GM/C, quanto no conceito de Afrocentricidade, elaborado pelo filósofo negro estadunidense Molefi Kete Asante (REIS, SILVA e ALMEIDA, 2020). Esta pesquisa, de outro modo, vincula o paradigma decolonial do GM/C com a ideia de Abordagem Matemática Afrorreferenciada que pretendemos desenvolver a partir do entendimento que não é possível afrocentrar sem conhecer, de forma aprofundada as culturas, sociedades e línguas africanas, nem desenvolver aqui no Brasil, procedimentos matemáticos que sigam rigorosamente as técnicas matemáticas do continente africano. Nesse sentido, Abordagem Matemática Afrorreferenciada se remete a formas de ensinar Matemática que levam em consideração referenciais africanos no ensino de um objeto matemático.