Este estudo aborda os grandes desafios e dificuldades de ensinar a ler, especialmente nas séries iniciais, que ultrapassam o mero discurso de que o brasileiro não gosta de ler. Esses desafios envolvem a alfabetização e o letramento da criança e da família, além da presença limitada da literatura nas aprendizagens, tanto na escola quanto em casa. Nosso objetivo é demonstrar como construir relações afetivas com a literatura, nos primeiros anos de vida, evidenciando a experiência, o gosto e o prazer pela leitura, começando pela interação com o universo literário e a escolha de livros infantis. Para isso, desenvolvemos um estudo exploratório, descritivo e propositivo, por meio de pesquisas bibliográficas, propondo um ensino que não se limita a métodos didáticos, mas orienta família e professor na experiência literária durante o processo de alfabetização e letramento. Nossa pesquisa investiga como a literatura infantil pode ser integrada ao processo de alfabetização e letramento nas séries iniciais; como construir relações afetivas e significativas com a literatura infantil para formar leitores críticos e competentes; e como despertar o gosto e o prazer pela leitura literária desde cedo. Fundamentamo-nos em estudos de Coelho (2000), Lajolo (1984, 2008), Zilberman (1985, 1990, 2003), Kleiman (1995), Soares (1998), entre outros. As análises demonstram que promover a leitura literária nas primeiras fases da vida é crucial para formar leitores, proporcionando acesso à literatura. A formação da criança leitora deve começar nos primeiros anos de vida, nas interações sociais com a escrita, integrando-se no mundo letrado e interagindo por meio das linguagens orais e escritas, com base na ludicidade, jogos e encenações. Promover a leitura literária nas primeiras fases da vida infantil é buscar novos percursos para a leitura do mundo, de forma crítica, imaginativa, criativa e reflexiva, pois a literatura, como linguagem e instituição, conforma diferentes sensibilidades, valores e comportamentos.