A Educação de Jovens e Adultos/EJA, foi historicamente relacionada e reconhecida como uma massa amorfa, apenas preparada para suprir o mercado de trabalho, porém nos últimos anos com as mudanças no cenário social e com o reordenamento de políticas públicas voltadas para essa área, a EJA reorganizou seu campo de estudo fundamentando legalmente a formação de professores, a produção de materiais didáticos, e o discurso sobre a área. Na contramão dessas mudanças, em muitos espaços ainda encontramos discursos que inviabilizam a legitimidade da EJA como direito adquirido, ou então, discursos que colocam essa modalidade como apêndice da educação regular. Assim, o presente artigo tem como principal objetivo analisar os discursos produzidos no âmbito da EJA, no Município de Iguatu-Ce. Para construir as categorias de análise e alicerçar o debate, usamos como principal referência as contribuições da análise do discurso (AD), oriunda da corrente francesa que referencia o discurso enquanto entrelaçamento entre a língua, a história e a ideologia, além de Arroyo (2006), Di Pierro (2001), Freire (1999) e Paiva (1987, 2009). A metodologia utilizada se configura na pesquisa de campo, a qual se “constitui no caminho para se conhecer a realidade ou descobrir verdades parciais” (Lakatos e Marconi, 2007, p. 43), a partir desse movimento usamos a pesquisa documental como possibilidade de fazer um levantamento histórico desse tema no município, além de entrevistas para dimensionar a percepção dos participantes. O lócus da pesquisa centrou-se em primeiro momento, na Secretaria de Educação do Município de Iguatu-CE, para levantar os dados preliminares, e depois nas escolas de EJA para identificar e selecionar diretores e professores. A pesquisa realizada na Secretaria de Educação do Município de Iguatu, identificou em primeiro momento que constam cadastrado o atendimento à 06 escolas da zona rural e 04 escolas da zona urbana, perfazendo 250 alunos atendidos. As escolas funcionam desde a alfabetização até o 09 ano do Ensino Fundamental. Essa primeira fase, foi importante para identificar o quantitativo de atendimento do município a esse público. Nesse momento, a partir da fala do Coordenador Municipal também foi possível identificar, a falta de continuidade de ações para EJA.