Os estudos sobre travestilidades, transexualidades e trangeneridades têm constituído, nas últimas décadas, um campo de estudos, especialmente nas Ciências Humanas e Sociais, com destaque para a Sociologia, Antropologia, Psicologia, Educação. Ademais, os Estudos de Gênero e Sexualidades têm sido tensionados pelas(os) intelectuais travestis e transexuais que, a partir de suas próprias experiências, têm produzido um movimento de decolonização das estruturas acadêmico-científicas que, por muito tempo, invisibilizaram esses sujeitos, tratando-os como meros objetos de estudo. O transfeminismo, por exemplo, é uma resposta político-acadêmica e epistêmica a essa invisibilização dos corpos e pensadoras-intelectuais transfeminstas. Este texto tem como objetivo, a partir de uma pesquisa bibliográfica, analisar as experiências de travestis, transexuais e transgêneros escolares, seja na condição de estudantes, em especial no contexto da educação básica, seja na condição de professor(a), de forma a evidenciar as violências que corpos dissidentes das normas cisheteronormativas vivenciam, mas também demonstrar como esses corpos-sujeitos enfrentam essas violências, recorrendo a diferentes táticas-estratégias. Tendo como base teóricos ANDRADE (2012), BENTO (2011), BOHM (2009), BRITO (2016) e (2020), CRUZ (2016), DIAS (2016), FRANCO (2009), MODESTO (2018). Pra isso, faz-se necessário entender a escola como espaço de múltiplas vivências, que esteja pronta para alguns desafios e revisões curriculares e pedagógicas, rumo a ampliar os campos sobre as questões raciais, de gênero e sexualidade, para a garantia de uma formação mais humana e inclusiva.