A presente produção visa relatar a ocorrência de uma oficina sobre território e afetos realizada durante a mostra científica e cultural de uma escola pública de ensino médio, localizada no centro de Fortaleza. O referencial teórico-metodológico utilizado neste trabalho é a pesquisa-intervenção, implicando na ação do pesquisador como sujeito atuante na construção coletiva dessa pesquisa. Dessa forma, objetivou-se atender uma demanda da escola ao grupo de pesquisadores do projeto de pesquisa e extensão É da Nossa Escola que Falamos, do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, por meio da inserção do grupo na micropolítica do cotidiano escolar e do favorecimento de uma conversa sobre territorialidade e afetividade para/com o ambiente escolar, de modo a entender como aquele espaço é compreendido pelos seus principais habitantes: os alunos. A dinâmica aconteceu na presença de alunos que cursavam entre o primeiro e o segundo ano do ensino médio, os quais foram instruídos a construir uma materialidade que os fizessem lembrar da escola. Em seguida, os participantes foram convidados a compartilhar suas produções e suas percepções sobre o ambiente escolar. A conversa e as produções artísticas esboçaram, como resultado, uma amplitude plural de representações, que, apesar de evocar os mais diversos ambientes dessa escola - bancos, quadra, escadas, salas e pátios - como elementos constituintes do cotidiano desses alunos, apontavam a importância da presença indispensável de amigos, colegas e professores como uma experiência compartilhada, mesmo quando a vivência territorial desse espaço é tão atravessada pelas diferenças raciais, de classe, de gênero, de sexualidade, entre muitas outras. Assim, as reflexões trazidas na oficina ressaltaram a necessidade de espaços de socialização acessíveis para todos e estratégias foram idealizadas, com a intenção de construir um ambiente escolar mais acolhedor e que não apague todas essas diferentes vivências, especialmente durante os anos finais da vida escolar.