Este trabalho apresenta dados preliminares da pesquisa em andamento da autora sobre a Educação de Jovens e Adultos no município de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. Com um histórico de imperialismo e colonialismo muito acentuado, Petrópolis caminha com passos tímidos rumo ao cumprimento da meta 9 do Plano Nacional de Educação e vem implementando ações afirmativas a partir das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 também visando essa meta. A pesquisa faz um breve levantamento histórico da educação em Petrópolis, com o objetivo de mostrar como as relações coloniais entre senhores e escravizados se reproduziram e continuam presentes na implantação das políticas públicas educacionais do município para esta modalidade. Com base no pensamento decolonialista (Mignolo; Quijano; Walsh; Said) e no conceito de imaginário social (Taylor), a pesquisa vem sendo elaborada a partir do levantamento bibliográfico-histórico da educação no município e de suas políticas educacionais; do levantamento de dados sobre a EJA no sistema e-Cidade (a partir de 2018) e do Censo Escolar; e de revisão de literatura sobre a educação de jovens e adultos nos últimos cinco anos. O trabalho de campo vem sendo desenvolvido por meio de entrevistas semi-estruturadas com estudantes da modalidade. A análise preliminar dos dados indica que a EJA, no município de Petrópolis, é resultado de séculos de dominação colonial, dominação essa física, simbólica e sobretudo do imaginário social (Taylor, 2004) coletivo e individual de seus habitantes. As políticas públicas voltadas para a EJA, quando implementadas no município, sofreram adaptações, releituras, ressignificações, como ocorre com todo texto político (Ball, 1998). A partir de 2023, pós-pandemia e pós um governo federal que buscou o desmonte da educação em geral, a EJA tenta respirar os ares da mudança de paradigma, de imaginário e de horizontes, por exemplo com a implementação de ações visando uma educação antirracista no município.