LACERDA, Letícia Amorim De et al.. . Direito, Cidadania e Interseccionalidade... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/106686>. Acesso em: 04/12/2024 23:04
Este estudo propõe uma análise crítica da dinâmica laboral dos motoristas do aplicativo Uber, considerando-a como uma relação empregatícia, e utiliza o conceito de subordinação algorítmica e parassubordinação como instrumentos de exame. Inspirado pelas reflexões do autor Byung-Chul Han em "Sociedade do Cansaço", explora-se a noção de "empresário de si mesmo" no contexto dessa relação trabalhista. Para atingir esse propósito, adota-se uma abordagem metodológica exploratória, fundamentada em extensa pesquisa bibliográfica e documental. Em um cenário marcado pela contemporaneidade da sociedade da informação, notamos a proliferação de ferramentas e recursos tecnológicos destinados à simplificação das atividades cotidianas. Concomitantemente, as transformações nos modelos de produção têm "modernizado" gradualmente as relações trabalhistas. Empresas, em busca de desenvolvimento e otimização, incorporaram amplamente as tecnologias e mídias digitais, resultando em novas realidades no panorama laboral. Essas metamorfoses demandam uma análise criteriosa no contexto do direito do trabalho, destacando as nuances introduzidas pela subordinação algorítmica na dinâmica entre o trabalhador e a plataforma digital. Ao considerar essa conjuntura, emerge a hipótese crucial: até que ponto perdura a ilusão do "empresário de si mesmo" em contrapartida à perda de direitos elementares trabalhistas. Este questionamento suscita reflexões pertinentes sobre a sustentabilidade e equidade nas relações laborais na era da subordinação algorítmica.