O equivocado reconhecimento de pessoas é uma das principais causas de condenações errôneas. Cada condenação dessas implica, além da condenação de um inocente, na absolvição de um acusado. Seus efeitos são individuais (para o condenado e seus familiares) e sociais (para a sociedade como um todo). Trata-se de problema complexo e multifacetado, cuja análise abrange outras áreas do saber como a Psicologia Cognitiva e as Neurociências. Essas condenações errôneas indicam uma disfuncionalidade do Sistema de Justiça Criminal, cujo conceito é muito mais alargado do que apenas sua identificação com o Poder Judiciário, já que envolve, entre outros, o Ministério Público e as Polícias. Esse problema deve ser analisado conforme as mais diversas circunstâncias em que ocorre, sob a ótica da atuação de cada componente do Sistema de Justiça Criminal. O objetivo foi analisar as condenações errôneas como produto de um sistema disfuncional e não apenas como derivadas da atuação isolada do Poder Judiciário. A pesquisa foi bibliográfica - literatura nacional e estrangeira – e jurisprudencial. Constatou-se que, realmente, a identificação do problema e suas possíveis soluções merece uma visão sistêmica e holística sobre todos os aspectos envolvidos. A importância do trabalho está em seu fim maior que é buscar lançar novas luzes sobre questão que tem abalado a credibilidade e a legitimidade do Sistema de Justiça Criminal, com isso, procurando seu desenvolvimento e aprimoramento.