O presente trabalho pretende analisar o reconhecimento do vínculo empregatício entre os entregadores de aplicativos de entrega de alimentos, mais especificamente a plataforma “IFOOD”, nos recentes julgados da Justiça do Trabalho em todo Brasil. A pesquisa se justifica em virtude da crescente utilização dessas plataformas na modernidade, de modo que o número de ações trabalhistas movidas a partir dos anseios dos prestadores de serviço de terem seus direitos trabalhistas assegurados só tem aumentado. O artigo tem como objetivo central analisar as decisões judiciais que chegaram ao entendimento favorável no tocante à caracterização do liame empregatício na modalidade do trabalho intermitente. O estudo obedece ao método dialético, baseando-se, em uma pesquisa documental e bibliográfica da jurisprudência da Justiça do Trabalho, em especial em acórdãos proferidos pelo Tribunal Superior do Trabalho e Tribunais Regionais do Trabalho, e sentenças de magistrados de primeiro grau, com o fito de identificar os embasamentos jurídicos utilizados por esses agentes jurisdicionais em suas decisões, analisando quais foram os fatores que os auxiliaram na formação de seus entendimentos. O resultado do estudo indica que ainda existe uma vasta parcela da justiça trabalhista que mantém uma visão mais tradicional das relações de trabalho, a qual nega a existência do elemento da subordinação dos entregadores, descaracterizando, assim, a relação de trabalho, de forma que as decisões que reconhecem o vínculo trabalhista dos entregadores junto ao IFOOD ainda pertencem a um grupo minoritário. Todavia, ao mesmo tempo também foi possível atestar que há uma tendência, ainda que singela, de alteração do entendimento do Tribunal Superior do Trabalho nessa temática a partir de recente precedente emitido pela corte.