O sistema educacional vem se construindo na busca por uma práxis educativa na perspectiva da equidade. Contudo, ainda é recente a inclusão da pessoa com deficiência em cursos de graduação, e como consequência, sua inserção no mercado de trabalho. Diante desse cenário, o presente estudo tem como objetivo, compartilhar os saberes, vivências e inclusão na disciplina de estágio supervisionado, realizado por uma dupla de estudantes do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará no decorrer das atividades desta etapa curricular, das quais uma tem Síndrome de Down, e a outra não possui necessidades específicas, contudo, se faz constante motivadora e acompanha os caminhos percorridos de mãos dadas com a primeira estudante. Este relato de experiência consiste em um diálogo entre as estudantes, familiares e a professora universitária a respeito das temáticas centrais deste estudo: formação docente, estágio supervisionado e inclusão da pessoa com deficiência. A inclusão da pessoa com deficiência, ainda precisa de avanços significativos, especialmente no que se refere ao modo de produção esperado pela sociedade vigente e ao capacitismo recorrente, contudo, o melhor caminho para avançarmos é inserindo e incluindo a pessoa com deficiência nestes espaços. A presença da pessoa com deficiência, Síndrome de Down, nos espaços educativos do estágio supervisionado na educação infantil oportunizou o (re)conhecimento da sua capacidade de contribuir nestes espaços e nos processos educativos. Além disso, houve o avanço das estudantes no que se refere a autonomia, empoderamento, protagonismo e sentimento de pertença ao mercado de trabalho, percebendo-se por exemplo, capazes de elaborar e conduzir atividades de cunho pedagógico. E por fim, a reflexão sobre a formação docente é importante acontecer no caminho de todo futuro professor, porém, a pessoa com deficiência precisa partilhar cada vez mais, afinal a sociedade ainda apresenta moldes capacitistas.