Este artigo tem por objetivo retomar os principais conceitos elaborados por Claude Dubar, sociólogo francês que é um dos grandes nomes da Sociologia das Profissões, que sejam úteis para pesquisas na área de educação, envolvendo educadores. Filiado à corrente interacionistas simbólica, Claude Dubar elaborou uma teoria sociológica das identidades que busca dar conta de pensar no conceito de identidade como operacionalizável em pesquisas na área de ciências humanas. Partindo de uma visão de socialização como processo dinâmico, ao longo da vida, que acontece na interação dos sujeitos com diferentes esferas da atividade humana, sendo o trabalho um atividade central, ajudou a dar concretude metodológica à visão interacionista de socialização profissional, que entende esta como iniciação a uma cultura profissional e conversão identitária a uma nova compreensão de si dentro de determinada profissão. Conceitos como divisão do trabalho, identidade para si e para o outro, transação identitária, sistemas de trabalho, são elaborados e operacionalizados pelo autor visando contribuir com o debate nas ciências humanas. Para o campo da educação, a teoria do sociólogo francês pode ser um importante instrumento para a compreensão das dinâmicas complexas que envolvem a profissionalização dos educadores, sejam eles professores, gestores escolares, orientadores educacionais ou qualquer outra função engendrada pela divisão do trabalho educacional. Neste artigo, buscaremos demonstrar a aplicabilidade dos conceitos de Dubar para pensar de modo crítico a socialização profissional dos educadores, de modo a contribuir com um debate teórico de qualidade e com políticas públicas que façam do trabalho educativo um espaço de realização pessoal e social e não apenas um fardo a mais a ser carregado.