Este artigo tem como objeto a formação de professores da educação primária na capital do Maranhão no período de 1900-1930. No início da República a defesa pela instrução pública no Maranhão não diverge do sistema nacional quando apresenta como uma das principais bandeira a expansão do ensino primário, contudo as dificuldades financeiras e acordos políticos, não permitem a ampliação do atendimento escolar. Nesse contexto, a ênfase no estabelecimento de diretrizes do sistema educacional, devido ao novo olhar para a escola, contribui para o surgimento de ações formativas direcionadas ao professorado. Na exploração dos sentidos em torno do interesse sobre a expansão do ensino primário neste período, emerge a necessidade de capturar os marcadores simbólicos na construção e defesa de uma política educacional para os professores na capital do Maranhão (1900- 1930). Dessa forma, partimos do pressuposto de que a constituição de espaços de formação para professores ocorreu por um processo social determinado por fases marcadas por oposições e tensões entre grupos sociais, que se ocupavam do campo do saber pedagógico. Ao analisar como ocorreu este processo de difusão de ideias sobre a necessidade formativa dos professores, a partir das publicações de periódicos tais como O Diário de São Luís, Pacotilha, O Jornal, Diário do Maranhão, entre outros, esperamos apreender os significantes em torno das medidas formativas e práticas educativas desenvolvidas na capital maranhense. Entendemos que nesse percurso, importa identificar as representações geradas pelos agentes sociais, assim como compreender o processo de envolvimento na produção de conhecimento sobre o fazer educacional com base nas propostas pedagógicas vigentes no período estudado. Desta forma, consideramos contribuir para a ressignificação de sentidos sobre a história da educação e da prática docente no campo educacional do Maranhão republicano.