O texto em apreço tem como proposta apresentar uma análise preliminar acerca dos saberes escolares veiculados na Escola de Aprendizes Artífices de Alagoas/EAA-AL, destinada à formação profissional de meninos pobres. O marco temporal está compreendido entre os finais dos anos de 1910 a 1920. O interesse reside em compreender o perfil do programa de ensino que passou a ser implementado na EAA-AL por ocasião da promulgação do Decreto nº 13.064, de 12 de junho de 1918. O referido decreto pode ser apreendido como a materialização do marco inicial de reformulações que aconteceriam no interior da instituição, uma vez que em alguns aspectos a sua estrutura administrativo e pedagógica sofreu modificações, em especial, no que tange aos saberes escolares. Posto isto, a análise se desenvolve no sentido de entender quais eram as possíveis intencionalidades que havia por detrás da introdução de novos saberes, bem como a permanência de outros no programa de ensino da instituição. Como referência teórica me servi das obras de Cunha (2005) e Fonseca (1961), que discutem o ensino profissional brasileiro numa perspectiva histórica. E no tratamento metodológico da legislação examinada as reflexões de Ananias (2007). Os resultados da análise acusaram que os saberes escolares foram concebidos pelo Governo Federal como elementos estratégicos na difusão de valores, ideias e práticas. Tais aspectos dialogavam diretamente com o ideário republicano da época e que perpassava princípios como os de: ordem, moral e disciplina e que teriam de ser inculcados nos corpos dos meninos aprendizes.