Discute-se, no presente artigo, os desdobramentos de dois conceitos resultantes da adjetivação das palavras educação e ensino, a partir dos quais objetiva-se combater o racismo e propiciar tanto o desenvolvimento das habilidades cognitivas quanto das sociemocionais, por parte dos discentes. Para tanto, apoiamo-nos na proposta para o ensino integral que vigora no estado da Paraíba, observando, especificamente, práticas desenvolvidas na Escola Cidadã Integral Técnica Estadual Major Antônio de Aquino, situada no município de Mulungu/PB. Tais reflexões são suscitadas com o intuito de verificar desafios e perspectivas que se configuram ao corpo docente, para a abordagem de temas inerentes às relações étnico-raciais, com a ampliação da jornada escolar; levando em consideração, também, o contexto pós-pandêmico. Assim, amplia-se, igualmente, a concepção de ensino em tempo integral e de educação antirracista, a qual além de combater o preconceito, visa a valorização histórica e cultural, a fim de possibilitar a autoafirmação identitária e o respeito à diversidade. As referidas questões são discutidas em consonância com Cavalleiro (2001); Lenoir (2005); Kleiman (2008); Gadotti (2009); Bâ (2010) e Cosson (2010), os quais colaboram com a compreensão do projeto pedagógico, desenvolvido no ano letivo 2022, intitulado Próxima Escala: pelo mundo da lusofonia, por meio do qual permeamos territórios de países africanos através da literatura, com o intuito de desconstruir estereótipos negativos, pautados na visão colonialista. Alia-se, desta forma, a leitura a escrita literária e não-literária, objetivando-se contribuir com as dimensões cognitivas, sociais e emocionais dos estudantes, a partir do letramento literário, para a realização dos respectivos sonhos e concretização dos projetos de vida. Nessa conjuntura, elencamos como resultados, além do protagonismo juvenil, o desenvolvimento da escrita criativa e daquela voltada ao texto dissertativo-argumentativo, o que culminou em resultados significativos no ENEM.