O presente artigo científico tem como principal objetivo verificar de que forma as ações afirmativas tem contribuído para o cumprimento do princípio da igualdade para o ingresso em cursos de nível superior de instituições públicas brasileiras. No campo de estudo das Ações Afirmativas a maior parcela da doutrina as consideram como uma política temporária e que objetiva combater o acúmulo de desigualdades históricas no que diz respeito à inclusão das minorias sociais. Nesse viés, elas necessitam ser objeto de estudo interdisciplinar não devendo prender-se apenas à aspectos legais. A discussão necessita ser ampliada, partindo de uma compreensão do sujeito sob o ponto de vista histórico e social, tendo em vista que as desigualdades sociais, reforçadas em função do próprio sistema capitalista, impedem com que a consciência de classe seja uma atenuante para a inclusão de grupos marginalizados na sociedade. Longe de romantizar o acesso de negros ao ensino superior faz-se necessário compreender que as condições de acesso e permanência não são as mesmas para todos e que políticas públicas que possam tratar como desiguais os desiguais ao final garantem a igualdade, elas deixam a balança um pouco mais equilibrada. Nesse viés, trata-se de uma pesquisa qualitativa onde os dados foram coletados a partir de referências bibliográficas e documentais e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Dentre os principais resultados alcançados, tem-se aqueles voltados para a garantia de acesso da população negra e de baixa renda às universidades públicas e que a lei de cotas contribui sim para mitigar as diferenças e reparar uma dívida secular com essa camada da população. Além disso, ainda mostra-se desafiador desconstruir o imaginário do senso comum quanto à compreensão da referida ação afirmativa, haja vista a própria forma como foi construída e vem sendo executada no Brasil.