Este artigo é fruto dos resultados da Dissertação de Mestrado intitulada “Do Xamanismo Ancestral ao Contemporâneo: o debate sobre a religiosidade/espiritualidade indígena no currículo escolar do ensino médio integrado, do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica, Benedito Bentes/AL, que teve como proposta investigar a presença da cultura indígena, em especial a religiosidade e as expressões contemporâneas do xamanismo, nas salas de aula do Ensino Médio Integrado do Campus Maceió/IFAL para, a partir daí, elaborar um produto educacional que contribua para o tratamento da questão. Nesse sentido, a metodologia empregada é a pesquisa participante (Michel Thiollent; Carlos Brandão), passando pelas etapas diagnóstica, planejamento da ação, aplicação, avaliação dos resultados e revisão do produto educacional. Neste artigo, apresentaremos os resultados da etapa diagnóstica, que foi realizada a partir da aplicação de questionários com uso de escala Likert de 5 pontos e entrevistas semi-estruturadas, tendo-se utilizado como método de análise dos dados a técnica de análise de conteúdo de Laurece Bardin. A partir das orientações desta técnica, os dados foram sistematizados em três categorias, quais sejam: (I) Conhecimento sobre os impactos do processo colonizador sobre as populações indígenas e suas religiosidades; (II) Presença do debate sobre religiosidade indígena na escola; (III) Reconhecimento das intersecções entre educação integral e educação intercultural. Dentre os principais resultados coletados a partir da análise podemos destacar a presença de narrativas etnocêntricas ainda nos dias atuais, ausência de formação acadêmica, currículos, conteúdos e materiais didáticos que contribuam para o (re)conhecimento da temática em questão, desconhecimento do que vem a ser as religiosidades indígenas e xamanismo contemporâneo, entre outros. Os resultados coletados nessa fase da pesquisa foram essenciais para guiar o processo de construção do Produto Educacional, em fase final de diagramação, intitulado “Religiosidade Indígena: ancestralidade e resistência".