A partir do título desse texto deixamos rastros para que seja possível uma reflexão acerca da relação racismo e escola, uma vez que, a escolha da profissão professora de uma estudante, do curso de Pedagogia, situado na periferia da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, se relaciona com o enfrentamento do racismo dentro da escola. O título do texto coloca em pauta a urgência de combater o racismo na sala de aula. Precisamos refletir sempre sobre a relação racismo, educação e escola. Essa reflexão se articula com a função social da educação e com a educação atravessada pelos direitos humanos. Muitos e são os dados e relatos que apontam o desafio que é enfrentar o racismo no chão da escola, mesmo após 20 anos da promulgação da Lei 10.639/2003. A lei em tela traduz a luta intensa dos agentes que deram corpo, forma e intensidade ao movimento negro no Brasil e apesar de ser indicativo de uma grande conquista, revela que a legislação não é suficiente para os sujeitos escolares enfrentarem o racismo estrutural que atravessa as práticas e relações escolares. Nesse trabalho, o percurso metodológico se fundamenta na escrita de si, com momentos de escrevivência, uma vez que a confabulação entre as mulheres negras autora do texto encontra pontos de intersecção com a narrativa mestre que movimenta a análise. Como resultados notamos que o racismo estrutural tem dimensão coletiva e atinge pessoas negras dentro da escola, em função do não enfrentamento educacional. Nesse caso específico, a escola se mostrou ineficaz em atuar contra o racismo, permitindo que crianças negras recebam ataques raciais, direcionados ao cabelo com maior intensidade. E colaborando para manutenção do racismo dentro da escola.