O ponto de partida para as nossas reflexões se dá através das vivências, ou melhor, escrevivências, como nos ensina Conceição Evaristo, relacionadas à construção de uma identidade docente e discente, dos processos construídos e desconstruídos nesse fazer pedagógico. Afinal, que pedagogia é essa que se produz nessas experiências? Não se pretende aqui negar ou inviabilizar outros modelos pedagógicos existentes, mas sim pensar possibilidades de diálogos e experiências mais plurais no que se refere a produção de saberes. Nesse sentido nosso olhar se direciona para o papel de mulheres negras nesses processos educacionais, tendo como referencial importante para essa reflexão a figura da Mãe Preta. Personagem histórica essa, que durante um período foi vista num lugar de total inferioridade e submissão e que será ressignificada surgindo para os movimentos negros como um símbolo de resistência, combate a escravidão e como refletiremos aqui um referencial de educação para pensarmos as experiências educacionais protagonizadas sobretudo por mulheres negras. Nessa direção observamos também as sacerdotisas de candomblé, uma continuidade do legado da Mãe Preta, um importante papel de liderança dentro e fora dos terreiros como uma continuidade desse processo educativo que tem sido chamado por alguns estudiosos de pedagogia de terreiro. Isto posto, pensar a quão profícua troca pode haver entre esses espaços e as escolas.