Como o ambiente escolar é um espaço de reprodução das desigualdades sociais, econômicas, culturais e especificamente de gênero e sexualidades, é mister que a Sociologia, na Educação Básica, trabalhe essas desigualdades de maneira disciplinar e interdisciplinar. Desse modo, este ensaio objetiva discutir como o livro didático do Novo Ensino Médio, “Moderna Plus: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas”, PNLD 2021, escolhido para adoção pelas escolas estaduais de Campina Grande-PB, aborda a temática de gênero e como os professores de Sociologia de escolas públicas estaduais da cidade de Campina Grande-PB trabalham estes objetos de conhecimento – gênero e sexualidades. Neste sentido, o trabalho será realizado através de pesquisa bibliográfica, discutindo os conceitos de colonialidade de gênero, a partir dos estudos de Lugones (2004) e Quijano (2005), e também analisando o livro didático como estratégia de colonialidade do saber e poder nas perspectivas de Bello (2015), Ballestrin (2018) e de Andrade (2017). Ainda com o mesmo intento, faremos análise do LD “Moderna Plus: Ciências Humanas e Sociais Aplicadas”, PNLD 2021, a partir de respostas de questionário do Google Forms, aplicado a professores de Sociologia que lecionam na Educação Básica. Como resultado preliminar, a pesquisa já denuncia a ausência do objeto de conhecimento gênero em uma perspectiva decolonial nos dois volumes do LD escolhido pelo PNLD 2021. Também já se antevê que a abordagem feita pelos professores de Sociologia acerca das temáticas é hegemonicamente realizada pelos vieses de saber e poder eurocentrados/eurocêntricos, uma vez que os olhares desses docentes se encontram atravessados por subjetividades de gênero tecidas por leituras e interpretações coloniais que perpassam suas formações iniciais. Os primeiros resultados ainda nos permitiram identificar que as temáticas de “gênero e sexualidades”, problematizando as visões colonizadoras, são discutidas por docentes de Sociologia que têm acesso, por outras fontes, às discussões da epistemologia do feminismo negro.