As estatísticas têm demonstrado a crescente participação das mulheres nas diversas áreas do conhecimento e, principalmente na ciência. Se as mulheres conseguem alcançar maiores titulações nas áreas das ciências humanas e sociais, o que acontece para que o mesmo não ocorra na área de exatas? Diante disso, surgem dúvidas se essas disparidades estão relacionadas apenas a formação destas mulheres, ou se outros fatores, como por exemplo, gênero, questões sociais, culturais e políticas interferem de maneira significativa para que isso ocorra. Tendo em vista estes questionamentos, realizamos um estudo sobre o percurso e a atuação das mulheres professoras nos cursos de graduação da área de Exatas e Tecnologias da Universidade Federal do Maranhão, com o intuito de entender o processo de formação e a sua trajetória educacional. Para alcançar os objetivos desta pesquisa utilizamos as trajetórias de vida por meio do relato oral, como forma de compreender a divisão sexual do trabalho e as relações de gênero nas carreiras dessas mulheres. E para análise destes, lançamos mão da análise do discurso de Bardin (2011) e da categoria habitus de acordo com Bourdieu (1983, 1992, 2011, 2013). Para isso, realizamos o levantamento da professora mais antiga e da professora mais nova admitida no s Departamentos do Centro de Ciências Exatas e Tecnológica da UFMA, no qual identificamos três professoras que se encaixavam em nosso perfil de pesquisa no curso de Engenharia Elétrica. Realizamos entrevista com as três professoras com o intuito de identificar os motivos pelos quais elas optaram por seguir a docência no Ensino Superior, além de descreverem os possíveis elementos facilitadores e os possíveis entraves para o exercício da docência no Ensino Superior. Finalizamos nosso trabalho, apresentando e fazendo um entrelaçamento de falas e acontecimentos da vida das professoras, com base na discussão trazida anteriormente.