A masturbação possui relação direta com o prazer sexual e sua experiência difere conforme o gênero e os processos de socialização, dentre os quais se situa a educação sexual para mulheres. Este estudo analisa a relação entre educação sexual, masturbação e prazer feminino. Para tanto, foi realizada uma revisão integrativa de literatura dos estudos publicados nos últimos cinco anos nas plataformas PubMed, Lilacs, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scielo com os descritores “mulheres”, “prazer” e “masturbação”, agrupados pelo operador booleano “AND”. Como critério de exclusão, considerou-se: artigos duplicados, idade (crianças, adolescentes ou idosos), tipo de estudo (artigos de revisão ou artigos de opinião), idioma (línguas distintas de inglês, português ou espanhol) e indisponibilidade dos artigos na íntegra gratuitamente. Foram selecionados 12 estudos. Foi visto que mulheres se masturbam menos do que homens e que muitas não se masturbam devido, dentre outros motivos, à influência de valores morais, religiosos e sociais que estimulam a abstinência masturbatória feminina. A busca por prazer, empoderamento e conexão com o próprio corpo ou com a parceria mostraram-se motivadores da masturbação, assim como relaxamento e auxílio no sono. Diferentes formas de estimular o prazer durante a prática foram mencionadas pelas mulheres. A educação sexual aparece como facilitador da prática masturbatória ao colocar em discussão os valores que a desestimulam. A experiência das mulheres com a masturbação enfrenta numerosos desafios, produto da opressão exercida por valores eurocêntricos, patriarcais e heteronormativos sobre o corpo feminino. Nesta direção, a educação sexual é uma importante estratégia de luta por igualdade de gênero através da autonomia erótica e do prazer sexual das mulheres.