Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o SARS-CoV-2 - vírus responsável pela pandemia da Covid-19 - estava circulando por todo o mundo. O vírus infectou muitas pessoas das mais variadas classes sociais, porém, nem todas dispuseram das mesmas condições para enfrentar a crise sanitária, prevenir-se quanto ao contágio ou tratar-se, após infecção pelo vírus. Ante o exposto, o presente artigo objetiva refletir sobre os impactos das políticas de caráter neoliberal no Brasil, analisando dados referentes ao período da pandemia da Covid-19 e o período que a antecede, destacando também os impactos das políticas de austeridade - a exemplo da Emenda Constitucional do Teto dos Gastos Públicos, a PEC 55/2016 -, que interferem na oferta de políticas sociais e, consequentemente, afetam as condições de vida da população brasileira, das crianças e adolescentes que, inseridas(os) na sociedade, também são atingidos por tais questões, tendo seus direitos ameaçados e/ou violados diariamente. O método utilizado neste estudo foi a pesquisa documental, coletando e analisando dados em leis, artigos científicos, ensaios, livros e relatórios que tratam da temática do estudo. Os resultados apontam que as desigualdades atingem de forma mais cruel os grupos minoritários - não em tamanho, mas na forma como são vistos e postos socialmente -, a exemplo da população negra, delineando-se também a partir de determinado gênero, classe social e territórios, havendo intersecções e aprofundamento destas desigualdades durante o período da crise sanitária ocasionada pela pandemia da Covid-19.