Este artigo expõe um relato de experiências arte-educativas ocorridas em um projeto de Capoeira, na Comunidade da Penha, em João Pessoa-PB. O objetivo desta produção é registrar o processo educativo não-formal que tem envolvido a juventude desta, onde a relação educador-educando se baseia nas filosofias pedagógicas da Educação Popular e da Pedagogia Griô. As discussões teóricas e metodológicas são as mesmas que basearam os estudos para implementação prática do projeto de Capoeira na comunidade da Penha: a pedagogia freireana, salientando conceitos e categorias da Educação Popular; a epistemologia decolonial da Pedagogia Griô, em diálogo com os escritos de Lilian Pacheco, e o horizonte de significados valorativos para a vida em grupo (da capoeira) e em comunidade, calcado nos Valores Civilizatórios Afro-brasileiros, sistematizado por Azoílda Trindade. As atividades realizadas no projeto vão além do ensino técnico da capoeira, envolve também musicalidade, contação de histórias, brincadeiras, rodas de conversa, desenhos. As primeiras semanas de aula atraíram um grande volume de crianças. Aos poucos entendia-se as condições materiais individuais e gerais das famílias dessas crianças. Com o tempo foi possível assentar as bases dos professores entre as famílias da comunidade, adquirir mais confiança dos/as educandos/as e compreensão sobre as personalidades de cada um/a. Diante dos desafios, os dois educadores compreendem a necessidade de refletir constantemente sobre os métodos, os objetivos almejados e as responsabilidades inerentes a esse empreendimento, não cessando a comunicação dialógica no sentido de se fazer sujeito no encontro com o Outro-aprendiz, que também é um Outro-educador.