Além das mudanças políticas e econômicas ocorridas ao longo de todo o decorrer do final do século XX, o desenvolvimento e a difusão das novas tecnologias globais ocasionaram, no processo de ensino e aprendizagem da disciplina História, um conjunto de ceticismos e desvalorizações tanto no que se refere ao valor do próprio conhecimento histórico, quanto também no processo de ensino dessa disciplina nas escolas além do seu potencial transformador. Dessa maneira, fundamentando-se nos pressupostos teóricos e metodológicos de Jaime Pinsky e Carla Bassanezi Pinsky, entre outros autores, o presente trabalho pretende de maneira clara discutir conceitos, práticas e propostas relacionadas ao ensino da disciplina História e consciência histórica em sala de aula frente a um cenário que inclui dúvidas quanto à eficácia educacional dos livros didáticos, a falta de credibilidade dos professores e a visão das propostas curriculares tidas muitas das vezes como inadequadas e ultrapassadas, o que vai contra os princípios da disciplina, as necessidades de se consolidar o processo de ensino e aprendizagem e a relação entre as abordagens historiográficas e as ações metodológicas que implicam no ensino de História, inseridas no contexto das novas tecnologias. Além disso, procuraremos discutir e fazer-se entender que a falha nesse processo não deve ser atribuída apenas a fatores técnicos, inclinada a uma subjetiva desvantagem às mudanças estruturais de cunho tecnológico. Precisa ser entendida sob um leque de outros aspectos que se inserem nas próprias relações no ambiente escolar, podendo assim ser contemplados os meios para serem resolvidas, voltando-se, sempre a favor do conhecimento humanista, na elaboração coerente dos conteúdos nas aulas de História, no discernimento das escolhas das abordagens a trabalhar do papel e da preparação dos professores.