Este trabalho baseia-se na experiência do Estágio Supervisionado I durante o segundo semestre de 2022, realizado em uma escola municipal localizada em Massaranduba-PB. O objetivo consistiu em analisar a prática docente do professor supervisor no sentido de perceber se ou como a sua referência à realidade social dos estudantes em articulação com o uso do livro didático contribuiu para a formação de uma consciência histórica, isto é, para o desenvolvimento de uma aprendizagem histórica voltada para o agir desses sujeitos na vida prática. A análise revelou que a consciência histórica, de acordo com a definição de Rüsen (2011), está ligada à consciência crítica de Freire (1987). Ambos os conceitos envolvem a participação ativa dos estudantes na construção do conhecimento e reflexão sobre sua condição social e histórica. Reconhece-se os estudantes como portadores de uma visão de mundo própria e que isso é um dos pontos de partida para o educador orientá-los no processo de ensino-aprendizagem. No entanto, observou-se que um dos principais desafios do professor de História neste processo é equilibrar a referência à experiência dos estudantes e o ensino de um conteúdo escolar que se refere a experiências históricas distantes do ponto vista espaço-temporal. Por outro lado, percebeu-se que o ensino de realidades históricas variadas pode contribuir para uma compreensão da sociedade a partir dos eixos da alteridade e da diversidade. Por meio deste estudo de caso, busca-se fazer reflexões sobre a história escolar e a formação de um pensamento histórico nos estudantes do ensino fundamental (anos finais) e, com isso, contribuir para o avanço dos estudos nessa área. Diante disso, recorremos à Rüsen (2011) e Cerri (2011) para entender a consciência histórica; a Munakata (2013) e Bittencourt (2008), para discussões sobre o livro didático; a Freire (1987, 1976), como base teórica para a discussão sobre cultura e educação.