O presente trabalho é fruto do projeto “Formação de professores e sexualidades: um debate urgente” submetido ao programa licenciaturas da Universidade Federal Fluminense (UFF) que teve como objetivo pesquisar como se dá a discussão acerca das sexualidades no exercício da docência dos professores de Sociologia, e as estratégias que podem ser feitas para abordar o tema. A pesquisa realizou-se através da observação participante feita nas aulas de Sociologia de uma escola do município de Niterói durante o ano de 2022, somada a uma entrevista feita à professora de Sociologia dessa mesma escola, além de uma revisão bibliográfica sobre o tema. A partir do material pesquisado e dos autores utilizados (Butler 2018, Louro 2017, dentre outros) entendeu-se que o crescimento de discursos conservadores como os mobilizados pelo projeto Escola sem Partido, em conjunto com a manutenção e incitação ao preconceito e à LGBTfobia feitas pelo governo Bolsonaro tiveram como consequência o amedrontamento e a perseguição de professores. Isso, por sua vez, colaborou com a reforma do Ensino Médio e com a nova Base Nacional Comum Curricular na fragilização e negligência dos debates sobre sexualidades em sala de aula, fundamentalmente quando se trata das aulas de Sociologia. Faz-se urgente, portanto, a identificação e elaboração de estratégias de resistência para que as sexualidades recebam a devida importância enquanto um tema transversal que deve ser tratado dentro da escola, e fundamentalmente nas aulas de Sociologia. Assim, é deste panorama de pesquisa que surge o presente trabalho.