Em 1870 nascia, na Itália, Maria Montessori. Médica e Pedagoga, Montessori apresenta o método montessoriano que, por sua vez, busca alfabetizar a partir de jogos, objetos concretos e estímulos sensoriais. Em 1921 nascia, no Brasil, Paulo Freire. Educador e filósofo, o nordestino apresenta o método Paulo Freire para alfabetizar, em pouco tempo, adultos trabalhadores e pobres a partir da realidade que eles estavam inseridos. Anos de diferença, países distintos, mas, ideais e pressupostos que conversam e, justamente por isso, cabe pensar na pergunta balizadora deste trabalho: a utilização de objetos sensoriais e concretos, que fazem parte da realidade dos estudantes, auxilia na alfabetização científica dos indivíduos com necessidades educacionais específicas? A partir deste questionamento cabe salientar que o objetivo geral do trabalho é apresentar alguns dos pressupostos de Maria Montessori e Paulo Freire acerca da alfabetização e discutir como tais ideias podem ser comparadas com a construção de uma Alfabetização Científica, em uma perspectiva inclusiva. A fim de alcançar o objetivo geral, definem-se como objetivos específicos: apresentar o conceito de alfabetização de acordo com as ideias de Paulo Freire e Maria Montessori, apresentar o conceito de alfabetização científica e relacionar estes dois conceitos à luz da Educação Inclusiva. Por fim, entende-se que a utilização de objetos concretos e estímulos sensoriais auxiliam na construção da Alfabetização Científica das pessoas com necessidades educacionais específicas, de tal forma que os estudantes são estimulados à autonomia, ao trabalho em pares e o professor, ao contrário dos ambientes tradicionais de ensino, atuando com o estudante, dialogicamente, horizontalmente, respeitando as individualidades e potencialidades dos estudantes.