O presente trabalho tem como finalidade analisar o ensino de química na perspectiva dos estudantes atendidos pelo Centro de Apoio ao Deficiente Visual (CADV) de Mossoró-RN, além de conhecer as metodologias nas aulas de química e se essas metodologias estão auxiliando na aprendizagem desses estudantes. No percurso metodológico, utilizou-se a pesquisa bibliográfica, tomando como referência autores como: Camargo e Nardi (2006), Carvalho e Perez (2001), Ferreira (2015), Silva (2014), entre outros. Além disso, foi feito uso da pesquisa de campo, através da aplicação de entrevistas semiestruturadas com a professora de Braille, com o professor de química e com quatro estudantes atendidos pelo CADV em Mossoró-RN, na intenção de entender como estão ocorrendo as aulas de química e quais metodologias são aplicadas. Como resultado, identificou-se que o CADV promove um bom trabalho de inclusão com atividades diversas. No entanto, existem algumas fragilidades no âmbito do ensino de química. Percebeu-se que há ausência de um professor com formação na área, que não há interação entre o Braille e a química e que as metodologias são descontextualizadas, seguindo a prática da utilização do livro didático. O acesso ao conteúdo apenas pela utilização do livro didático limita o acesso ao conhecimento químico, limitando também a autonomia dos estudantes com deficiência visual. Deste modo, considera-se necessário que aqueles que se propõem a ensinar química para pessoas com deficiência visual conheçam a realidade das escolas públicas e dos centros de apoio ao deficiente visual, bem como as dificuldades e necessidades reais para adaptação de materiais didáticos que promovam, efetivamente, a aprendizagem dos estudantes.