No decorrer da história da sociedade brasileira, múltiplos interesses coexistem num mesmo território. No campo político, econômico, cultural e é claro, educacional. Interesses estes, que sustentaram um projeto de sociedade, cujo ideal historicamente, foi assegurar os privilégios de uma classe minoritária, a elite brasileira. Neste sentido, defendemos que, o currículo e as políticas educacionais que fundamentam o mesmo, são intencionais e subsidiam os interesses de determinada classe, a dominante. O presente trabalho objetiva analisar sob a luz do materialismo histórico dialético, quais implicações a Base Nacional Comum Curricular - BNCC, traz à formação de trabalhadores, e os interesses que sustentam o projeto de educação em andamento, bem como, os desdobramentos da atual política educacional. Para tanto, mediante ao levantamento bibliográfico e análise documental, procuramos situar quais inclinações subsidiam às mudanças curriculares propostas para a educação profissional. O resultado do estudo nos aponta que, a Base Nacional Comum Curricular, e as mudanças no currículo delineadas, por esta, e outras políticas em vigor, solidificam um projeto de sociedade excludente e dual, afastando-se, portanto, da perspectiva da formação omnilateral na construção de uma sociedade justa e inclusiva, na qual a escola pública é para a maioria dos jovens brasileiros, a única possibilidade de emancipação social e humana.