A evasão escolar é considerada um grande desafio a ser enfrentado pela sociedade e que afeta principalmente alunos do ensino médio de escolas públicas. O presente relato tem como objetivo refletir e discutir, através do olhar de duas residentes, a respeito da evasão escolar e como esta repercutiu na prática docente. As licenciadas são participantes do Programa de Residência Pedagógica (PRP) em Biologia de uma universidade pública e o contexto em questão foi uma escola pública de ensino médio, no interior do Piauí, que recebeu as atividades do Programa entre novembro de 2022 a maio de 2023. Dentre as situações observadas em relação aos alunos da escola, destacamos: falta de comprometimento com o horário das aulas, desrespeito aos professores e regras da escola, falta às aulas, especialmente no turno da tarde e perda de foco quando compareciam às aulas. Em breves conversas com alguns alunos foi nítido perceber o descontentamento deles em relação aos métodos aplicados por professores. Além disso, diversos questionamentos emergiram como falta de incentivo familiar aos estudos, conciliação entre trabalho e estudo ou desinteresse dos alunos. Durante o desenvolvimento do PRP na escola, as residentes desenvolveram ações para tentar reverter um pouco aquele cenário desanimador, mostrando que a aula pode ser momento de troca entre todos, por meio de aulas dinâmicas nas quais os alunos poderiam comunicar suas ideias e o aprendizado ali ser prazeroso e lúdico e, ao final do PRP, ótimos feedback foram dados pelos alunos. Embora tenhamos refletido sobre essa questão da evasão e buscamos modos de contornar essa situação nas aulas desenvolvidas, entendemos que essa problemática é bem maior e se estende para além da sala de aula. Porém, o desafio de desenvolver um Programa nesse contexto possibilita reflexões e ações que contribuem muito para formação de futuros professores.