A literatura e a leitura são necessidades vitais para todos os seres humanos elaborarem a existência nos planos ficcionais e representativos, já que permitem que pessoas em situação de crise ou em vulnerabilidade vislumbrem possíveis caminhos de (r)existência através de um movimento subversivo contra poderes domésticos e simbólicos que podem ferir a liberdade e a dignidade das pessoas. Com isso, torna-se relevante ampliar as práticas de leitura literária com mulheres que estão inseridas em contextos de violência física e simbólica, dada a relevância da mediação leitora também como uma possibilidade de alargamento dos horizontes que envolvem aspectos de ordem política, histórica, social e cultural. O aparato teórico-metodológico do presente trabalho fundamenta-se a partir de teóricos que propagam a literatura como um refúgio e humanização, especialmente nas perspectivas de Candido (1977; 1995; 2011) e Petit (2008; 2009; 2018); além de Santos e Izumino (2005), Gomes (2003) e Guimarães e Pedrosa (2015), que tematizam sobre a violência contra a mulher. Espera-se como resultado que este estudo possa promover a proposta da construção de espaços de leitura com mulheres violentadas para acolher e proporcionar um espaço para a criação de novos laços afetivos e viabilização de caminhos que permitam a ressignificação de experiências através da literatura.