O trabalho fomenta reflexões acerca de teorias curriculares e suas atribuições socioculturais a partir de uma ótica Etnomatemática em um cenário pós-colonialista. O estudo se norteia em discussões relativas a subordinação da cultura ao currículo na realidade educacional brasileira, a proposições dos documentos que regem a prática educativa no Brasil, além de ter embasamento teórico em obras de Ubiratan D’Ambrósio e de Paulo Freire com análise das conexões nos pensamentos fenomenológicos desses autores em suas propostas curriculares. A metodologia parte de investigações qualitativas para o aporte dessa pesquisa bibliográfica. Fundamentamos a pesquisa nas associações entre propostas do Currículo Trivium e da Educação Problematizadora e entre suas análises e críticas à estrutura social, na qual a educação não alcança seus objetivos apontados por esses estudiosos, como a justiça social e o exercício de cidadania. Enfatizamos a relevância da subordinação do processo educacional ao contexto a que o educando está inserido, em especial para construção do currículo. Pontuamos que, dentro dessas ligações, ambos propõem o emprego de uma linguagem e de aplicações práticas e cotidianas na educação que partam do próprio universo de conhecimento do estudante. Emprego esse que objetiva a aquisição da consciência crítica ao amparar-se na compreensão de que o sujeito adquire e gera novos conhecimentos alicerçado no que já conhece em aplicação e em teoria existentes em um mundo cultural. Dada essa abordagem, conclui-se que é por meio dessa aplicação educacional baseada na contextualização cultural dos sujeitos que a educação atinge os seus objetivos de transcendência e do ser mais como formas de liberdade.