Este artigo analisa os conflitos no campo da política e da língua no movimento “Universidade Indígena Aldeia Maracanã”. Particularmente recorrentes em países da América do Sul e estreitos do Caribe, a criação de universidades indígenas inicia no México, em 1982 com a Universidad Autónoma Indígena de México (Yaqui - Sinaloa) e em outros locais, a exemplo da Universiadad Indígena Intercultural, criada em 2007 na Bolívia e outros exemplos (MUÑOZ, 2023). No Brasil, apesar da lei 12.711 que favoreceu as cotas e licenciaturas interculturais, é inexistente uma universidade indígena com proposta evidentemente autônoma e de manejo ameríndio. O movimento Universidade Indígena Aldeia Maracanã inicia, então, em 2006 na capital carioca (estado do Rio de Janeiro). Desde a sua criação, o movimento reuniu líderes de culturas e línguas variadas na proposta de uma universidade autônoma. Nesses anos, a proposta foi palco de diversos conflitos, especulações imobiliárias e violências de corpos. Muitos desses confrontos, foram noticiados pela mídia brasileira e a imprensa internacional. Este artigo tem o objetivo, portanto, de lançar luz ao conflito e às heranças culturais deste movimento.