O presente estudo busca analisar como se configuram os projetos de vida de jovens estudantes do IFRN que residem em comunidades rurais, a partir de suas vivências, interações com o meio em que vivem e marcadores de um imaginário social que visa associar o meio rural a situações de atraso, falta de infraestrutura e de oportunidade, considerando que apenas os que não tiveram condições de migrarem para as áreas urbanas permanecem no campo. Essa visão enfraquece as histórias e o projeto de vida daqueles que decidem permanecer nas áreas rurais, além de desconsiderar as condições objetivas e subjetivas que contribuem para sua permanência. Sob este viés, foram utilizados os conceitos Juventudes, Juventudes Rurais e de Projetos de Vida para conhecer as pluralidades existentes que visam considerar as interseccionalidades e a idealização do que se espera/deseja para realizações futuras. Como percurso metodológico e considerando a perspectiva do construcionismo social, que visa realizar uma obtenção de informações a partir das interações sociais em relação as vivências subjetivas-cotidianas dos jovens rurais, foi solicitado que os participantes realizassem fotografias de acordo com os eixos norteadores “autorretrato”, “onde moro”, “projetos de vida” e “IFRN”, para, posteriormente, serem discutidas em grupos de discussão realizados através de plataformas virtuais de comunicação. Diante disso, os dados obtidos foram analisados a partir das práticas discursivas de modo a considerar atravessamentos sociais que fortalecem os discursos analisados. Assim, depreende-se que o meio rural aparece como local que não atende as exigências acadêmicas para a realização dos planos pessoais, mas que, por desenvolver uma relação de pertencimento, passa a ser considerado como fazendo parte de seus projetos de vida. O IFRN é entendido como uma oportunidade para mudança de vida, devido ao grupo de fatores que apresenta como possibilidades de atividades e de reflexões, estimulando as subjetividades de cada estudante.