O presente artigo analisa a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) sob a ótica de professores, coordenadores pedagógicos e gestores em duas escolas, uma da rede pública de ensino do município de Alagoa Grande-PB e uma da rede privada do município de Pilões-PB. Tem por objetivo apreender as percepções de atores escolares quanto à concretização das orientações da nova política curricular nacional, com vistas a identificar suas potencialidades e fragilidades no interior de escolas. Entender como a escola materializa a BNCC é pertinente, pois, de um lado, um movimento de construção curricular deve expressar as múltiplas vozes dos professores ao mesmo tempo que a literatura mostra a rara adesão de docentes a políticas e projetos curriculares com os quais não se identificam (cf. SELLES, 2015; MARGONI, 2018; SAVIANI, 2022). A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica e estudo de caso com realização de entrevistas em roteiro semiestruturado. A análise revelou a dificuldade por parte dos profissionais com a implementação da Base e a necessidade de formação continuada por parte da gestão escolar. Diante das entrevistas que foram feitas, percebemos que várias são as fragilidades para a concretização da nova política curricular o que amplia sensivelmente os desafios já expressivos do campo educacional, sobretudo de formação continuada, lacunas cujos efeitos mais perversos se verificam nos déficits de aprendizagem dos estudantes de maior vulnerabilidade.