O trabalho versa sobre a exploração de conceitos probabilísticos em jogos de matriz africana, abordando seus locais geográficos e a história por trás da origem do jogo. Tal ação, que é continuação de uma sequência de intervenções do projeto Ludicidade Africana e Afro-Brasileira(LAAB), vinculado a Universidade Federal do Pará, Campus de Castanhal, busca afirmar a importância histórico-cultural das vivências de jogos e sua análise probabilística com as crianças, no intuito de promover desde o início da vivência escolar o respeito e o saber de que a África é também um território de produção de conhecimentos, bem como o conhecimento probabilístico. Essa proposta baseia-se, nas contribuições de D'ambrosio (1996; 2005), Gerdes (2012), Cunha (2016; 2019), nas diretrizes da base nacional comum curricular (BNCC, 2017) e na lei 11.645/2008, que torna obrigatório a abordagem sobre a cultura africana, afro-brasileira e indígena nas escolas. Metodologicamente, será proposto uma intervenção pedagógica na abordagem de probabilidade nos anos iniciais. Vale ressaltar que é previsto, pela BNCC, o estudo de probabilidade ainda nos anos iniciais, porém sem aprofundamento em cálculos, nesta etapa será priorizada a noção probabilística das situações propostas, verificando se tais situações “acontecerão com certeza”, “talvez aconteçam” ou são “impossíveis de acontecer” e entre outros. Atrelado à esta análise, será utilizado como objeto de estudo jogos de matriz africana para, além de algo diferente do habitual em probabilidade, diversificar o conhecimento histórico-cultural das crianças, tendo em vista o dado social em que mais da metade da população do Brasil consiste em pessoas negras com grande ancestralidade africana e que atualmente há uma sociedade fortemente preconceituosa com sua própria origem, fato que é entendido como fruto da grande atrocidade que foi a escravidão dos povos africanos e a negação dos direitos de negras e negros prosperarem socialmente após 388 anos de atrocidades neste país.