NASCIMENTO, Edna Ranielly Do et al.. . Anais IV ENID / UEPB... Campina Grande: Realize Editora, 2014. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/9836>. Acesso em: 20/11/2024 00:49
RESUMO: O Brasil desde o período da colonização vive o dilema da supremacia linguística. Onde o Português europeu é considerado superior as variantes que aqui já existiam. Atualmente, ainda se faz presente essa ideologia linguística. Por isso, as variantes que se distanciam da norma padrão são constantemente ridicularizadas e inferiorizadas. Diante deste cenário, nos propusemos a relatar uma experiência presenciada na Escola Getúlio Vargas, situada no município de Lagoa de Dentro-PB. Para isto, foi observada a construção linguística “eu chegui” utilizada diariamente por um aluno do 5º ano, com aproximadamente dez anos. A partir desta observação, nos propusemos a defender também, a teoria de que nada na língua é por acaso, ou seja, toda variante tem bases coerentes para ser construída. Teoria esta, que era ignorada por alguns componentes do espaço escolar estudado, já que constantemente expunha a variante linguística do aluno estudado à posição de “ridículo”. Utilizou-se como aportes teóricos Bagno (1999 & 2007), Ricardo (2004) e Travaglia (2002). Constatou-se que o aluno fez uso de analogias entre verbos já conhecidos, para construir “eu chegui”, isto é, o aluno por não ter ainda amadurecimento linguístico fez associações entre recursos linguísticos que já dispunha. Ao mesmo tempo em que constatamos a importância de manter um olhar reflexivo sobre a linguagem do outro, de forma a não ridicularizá-lo ou condená-lo a falsa ideologia do erro. De forma assim, a contribuir para a extinção do preconceito linguístico em todas as instituições sociais, especialmente no espaço escolar.PALAVRAS-CHAVES: Língua. Norma padrão. Preconceito linguístico.