O presente artigo é parte de uma dissertação de mestrado e tem o objetivo de desvelar o fenômeno da participação de mulheres cientistas nas áreas de Matemática, a partir de um olhar aprofundado do contexto Histórico, o qual propõe recuperar parte das contribuições femininas à ciência matemática ao longo da História, evidenciando como a Ciência oficial, com sua dominação androcêntrica e sexista, tendeu a ignorá-las ou desestimulá-las ao não enfatizar suas trajetórias de vida e obra. Os resultados apontaram para problemas como a gênese de desafios e obstáculos para o saber feminino atuar no campo de pesquisa científica e, em especial para alcançar ascensão na carreira profissional e posições de prestígio e poder, contribuindo assim para a manutenção das relações desiguais de gênero e a permanência da divisão sexual do trabalho nessa área de atuação. Para tal, foi realizada uma pesquisa de abordagem qualitativa e em relação ao procedimento técnico a análise apresentada foi realizada por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental, que para sua realização, contou com o aporte teórico dos estudos acerca das relações de gênero e da divisão sexual do trabalho de origem francesa, derivados do feminismo materialista. Discute-se como tal fenômeno se desenvolve nas tramas sociais, desde os primórdios da humanidade e, nesse cenário desigual, espera-se contribuir para resgatar, sem pretensão de abordar na sua totalidade, a história de mulheres cientistas matemáticas, contrapondo o entendimento de que mulher não tem capacidade de fazer ciência, como também contribuir para reflexões acerca da sub-representação feminina nas áreas STEM e fomentar discussões e ações em prol de políticas de igualdade entre os gêneros nas carreiras acadêmicas, sobretudo na matemática.