No Maranhão a pesca é praticada por de cerca de 100.000 pescadores exclusivamente de forma artesanal, e é o quinto maior produtor nacional de pescado. Um dos grandes desafios enfrentados é o elevado esforço de pesca exercido sobre os estoques pesqueiros,sendo que uma das ameaças mais urgentes aos estoques pesqueiros do mundo é a pesca comercial, especialmente a captura indiscriminada de organismos não-alvo, referida como captura acidental e as rejeições. O projeto teve o propósito de estudar as rejeições da pesca artesanal no município de Raposa-MA, identificando as principais espécies comercializadas, principais organismos da fauna acompanhante e os rejeitos. Vinte pescadores foram entrevistados, a pescada amarela (Cynoscion acoupa) e o peixe serra (Scomberomorus brasiliensis) aparecem como espécies-alvo. A corvina (Cynoscion microlepidotus) e o cação junteiro (Carcharhinus porosus) foram citados como espécies secundárias mais capturadas. Espécies que são capturadas de forma acidental também foram citadas aruanã, boto, papista, camarão piticaia, arriba saia e xixarra. Essas são vendidas a população por um preço menor e algumas são reutilizadas com isca ou devolvidas ao mar. É importante perceber que as diversas espécies contribuem para a cadeia trófica do ecossistema e que o fato de algumas serem capturadas antes da sua reprodução, podem, ao longo do tempo, comprometer a dinâmica dos ecossistemas. Sendo assim, este trabalho vem reforçar a importância de um processo da gestão pesqueira que leve em consideração a biodiversidade de organismos e tenha como orientação mecanismos de evitar a captura de espécies imaturas e que não sejam alvo das pescarias.