Em 2020, o Brasil interrompeu as suas atividades presenciais, para atender às medidas de vigilância sanitária contra a covid-19. O isolamento social substituiu a nossa experiência anterior transformando-a em uma realidade virtual, trazendo muitas consequências para o trabalho dos profissionais da educação. A Educação Infantil (EI) – primeira etapa da Educação Básica – que tem particularidades que a diferenciam das outras fases da Educação, especialmente quanto aos usos das tecnologias digitais na prática pedagógica, sofreu os impactos desta mudança. Visando refletir a respeito das discussões concernentes ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e a educação infantil, faz-se necessário também pensar sobre a formação dos docentes. Dessa forma, buscamos compreender como esses profissionais – por meio da sua formação e experiência - podem articular de forma crítica os processos de ensino-aprendizagem com o uso de tecnologias junto aos seus alunos. A partir da aplicação de um questionário, profissionais que atuaram na educação infantil durante o período da pandemia, construíram relatos sobre essa experiência, refletindo a respeito da educação e do uso das tecnologias com crianças pequenas. Nosso objetivo principal foi compreender qual o papel e o posicionamento do professor relacionado ao uso das TIC na Educação Infantil. Esse trabalho é um desdobramento da pesquisa desenvolvida durante o mestrado da primeira autora e os resultados desta apontam muitas as nuances que permeiam o uso das tecnologias na educação infantil. Ter consciência de que o uso dessas ferramentas tecnológicas pode ser aliado do professor no processo de ensino-aprendizagem é essencial, assim como a importância da formação docente como peça-chave no auxílio ao desenvolvimento das crianças. Mas além disso, pensar sobre as implicações deste uso, de forma crítica, também se torna uma postura importante neste processo.