A complexidade dos problemas enfrentados pela sociedade contemporânea impulsiona o esvaziamento de alguns princípios éticos que marcaram positivamente a educação da sociedade ocidental. Solidariedade, alteridade, preocupação com o bem estar da coletividade, bem comum foram sendo substituídos pela competição, egoísmo, individualismo e o bem estar individual. Isso se faz sentir também no Ensino Superior e na docência universitária, que são diretamente afetadas pelo modo de ser, agir e pensar dos sujeitos envolvidos. Tal contexto sugere a ruptura de paradigmas e uma nova reflexão sobre a ética, vislumbrando dar início ao movimento de compreensão do processo pedagógico alicerçado na prática reflexiva sobre o tipo de sujeito e profissional que se deseja formar. Para tanto, esse artigo foi construído mediante revisão bibliográfica do referencial teórico de Paulo Freire (1967; 1987; 1996; 2009) e Hans Jonas (1994; 2006), objetivando provocar reflexões acerca do compromisso moral do docente universitário frente a formação integral do sujeito para a sociedade moderna, bem como da importância da ética e do princípio ético da responsabilidade durante esse processo formativo desafiador. Assim, questiona-se: O que significa formar profissionais na educação superior numa educação pautada pelos princípios éticos da solidariedade, alteridade e preocupação com o bem estar da coletividade? Quais as possibilidades de aplicação do modelo da responsabilidade na docência universitária? Como as ideias de Freire e Jonas dialogam para a estruturação de um referencial ético? Os apontamentos finais assinalam que ambos conceitos éticos, podem ser utilizados de forma somativa, vindo a contribuir amplamente com a formação integral do sujeito, de modo a formar profissionais críticos e capazes de intervir positivamente no seu entorno social.